sábado, abril 6


A FÉ QUE EU QUERO


O que é a fé? Simples: fé é a capacidade de mover a mão de Deus. 
Foi por causa da falta de fé que Jesus não fez milagres em Nazaré. 
Em contrapartida, foi exatamente a fé que salvou a mulher com fluxo hemorrágico. Foi também em resposta á grande fé da mulher Cananéia que sua filha foi liberta da opressão espiritual. Os exemplos poderiam se multiplicar para justificar que, na falta da fé, a mão de Deus fica encolhida, ele fica sem a condição necessária para agir. Quando falta a fé, Deus não é mobilizado: as pessoas não são curadas, os problemas não são resolvidos, a provisão não chega, a bênção não vem. Afinal, quem se aproxima de deus deve fazê-lo com fé, quer seja para receber qualquer boa dádiva quer para receber sabedoria. Quem pede vacilando não recebe. Quem pede com fé, crendo, recebe. É simples em fé assim. Fé é a capacidade de mover a mão de Deus. Certo? Mais ou menos.

Embora popular, este é o conceito mais pobre e superficial da fé. Na melhor das hipóteses, o menos enfatizado na Bíblia. É fato que estamos acostumados a considerar pessoas de fé aquelas cujas orações são respondidas por Deus com um “sim”. Parece que a grande evidência da fé é a capacidade de induzi-lo a fazer o que queremos ou desejamos que ele faça. A fé, portanto, coloca Deus em movimento. Pela fé, conseguimos curas, empregos, cônjuges, justiça, sucesso e prosperidade. Tudo porque buscamos a Deus com essa capacidade de fazê-lo agir em nosso favor.

Mas não creio assim. Aliás, creio que esse é o estágio mais infantil da fé. Minha compreensão de fé é um pouco diferente. Não creio que o conceito essencialmente de fé seja a capacidade de mover a mão de Deus. Não creio que a fé seja aquilo em nós que coloca Deus em movimento. Creio exatamente o oposto: a fé é aquilo em nós que nos coloca em movimento. A fé não mobiliza Deus. A fé mobiliza o fiel. Deus não precisa ser mobilizado. Jesus nos ensinou que o nosso Pai Celestial está cuidando de nós, dando-nos tudo, pois sabe do que precisamos antes mesmo de pedirmos. Jesus nos ensinou que o nosso Pai Celestial está trabalhando, trabalha desde a eternidade até hoje. Quem precisa ser mobilizado não é Deus. Eu é que preciso ser mobilizado.

Este é o ensinamento de Tiago. Você tem fé? Então mostre suas obras. “Você tem fé? Então não me venha com testemunhos das coisas que Deus fez em seu favor. Eu quero saber o que você fez em favor dos outros”. A fé é aquilo em nós que nos arremessa em direção ao próximo: quem tem fé e não reparte o pão ou não veste o que tem frio tem uma fé morta, uma fé que não vale nada, pois a fé não é a capacidade de mover a mão de Deus em nosso favor, mas a capacidade de mover a nossa mão em favor do próximo.

Foi por esta razão que Jesus exortou seus discípulos, chamando-os “homens de pequena fé”. A cena é bem conhecida: um barco, Jesus dormindo, os discípulos apavorados e uma tremenda tempestade no mar da Galileia. Os discípulos disputavam entre si para ver quem se atreveria a acordar Jesus e chamar sua atenção para o perigo iminente, quem seria o corajoso a denunciar o pouco-caso do Mestre para com suas vidas. Fizemos, então, o que qualquer um de nós faria: pediram que Jesus desse um jeito na chuva. Jesus atendeu ao seu clamor. Mas, estranhamente, em vez de elogiar sua fé, denunciou sua pequenez.

O que isso significa? Significa que eles tiveram fé suficiente em Jesus, mas não tiveram a fé de Jesus. Tinham fé suficiente para acreditar que Jesus poderia resolver o problema, mas não tinham fé suficiente para resolver o problema com a autoridade que Jesus lhes delegara. Pediram para Jesus agir, e Jesus agiu. Tiveram a fé que moveu a mão de Deus, mas não foram capazes de levantar as próprias mãos para dar ordem ao vento e à chuva. Sua fé os manteve com mãos recolhidas, desmoralizadas. O que aparentemente era expressão de fé e dependência do poder de Jesus era, na verdade, um ato covarde de quem não cresceu na fé.

As coisas continuam do mesmo jeito. A maioria dos discípulos contemporâneos busca crescer na fé para que possa usufruir mais de Deus. São poucos os que buscam crescer na fé para que possam ser mais úteis nas mãos de Deus. Creio que uma das razões para a distorção é que aprendemos a associar a fé às manifestações do poder de Deus. A fé está relacionada com serviço, e não com poder. “Você tem fé? Então me mostre as suas obras” – Tiago 2:18.

Basta você abrir sua Bíblia em Hebreus 11 e verificar que o elogio aos heróis da fé não se deve ao que Deus fez por eles, mas ao que, mobilizados pela fé, fizeram por Deus: ofereceram sacrifícios, obedeceram, dedicaram filhos, viveram como peregrinos, renunciaram a riquezas e posições, conquistaram reinos, praticaram a justiça, se entregaram ao martírio, sofreram toda sorte de infortúnios em favor e na esperança do Reino eterno e da cidade cujo fundamento é Deus. Os heróis da fé não são heróis por serem muito abençoados, mas porque abençoam muitos.

Há uma razão para que a fé nos mobilize na direção de Deus e do serviço. Muito provavelmente porque a fé não é confiança naquilo que Deus vai fazer ou pode fazer. Costumo dizer que isso não é fé, é esperança, pensamento positivo, torcida. A fé não é expectativa quanto ao que Deus vai fazer. A fé é confiança profunda em Deus. Fé é crer no caráter de Deus. Fé é deixar as preocupações com a própria vida – o que comer, o que vestir, onde morar – nas mãos de Deus, confiando em sua bondade, seus propósitos e suas intenções. Fé é crer que Deus tem para nós planos de paz e felicidade, para nos dar um futuro. Somente quem crê assim em Deus é livre para deixar de pensar em si e experimentar a liberdade necessária para que as mãos sejam mobilizadas na direção do serviço ao próximo.

Creio, sim, que Deus age em resposta à fé. Creio que a incredulidade nos priva de muito do que Deus tem para nos dar. Creio, sim, que não raras vezes somos invadidos por convicções profundas quanto ao mover de Deus e seus feitos que nos são comunicados ao coração de antemão pelo Espírito Santo. Mas creio também que minha fé não deve se prestar ao papel de pretender mover a mão de Deus. Ao que aspiro é a dimensão de fé que faz de Deus meu companheiro. Quero a qualidade de fé que me possibilite andar com Deus, a extensão da fé que me leve para dentro do coração do Pai, cada vez mais fundo, para que ouça sua voz, receba a revelação de seus propósitos, ouça seus segredos. E que de lá eu me levante com mãos arregaçadas para cumprir sua vontade – ser e fazer no mundo aquilo que estou destinado a ser e fazer para Deus, seu Reino, sua Igreja e os que ainda não são completamente seus.

Não quero a fé que espera Deus trabalhar por mim. Quero a fé que me faz trabalhar para Deus. Não quero a fé que me faça prosperar entre meus irmãos. Quero a fé que me faça cooperar e servir para que meus irmãos prosperem. No fundo, acho que sou movido por ambições maiores: não quero ser apenas fiel, quero ser herói da fé. Não me basta ser o tipo de homem que é digno no mundo. O que quero mesmo é ser o tipo de homem do qual o mundo não é digno.

(Por Ed René Kivitz. Livro: "Outra Espiritualidade")

domingo, maio 22

Nada além da verdade




Não são raras as ocasiões em que preferimos nos abster de dizer a verdade. Também não são infundadas as razões pelas quais optamos por proceder assim. De fato, se ousarmos manifestar o que pensamos, tornaremo-nos, no mínimo, indesejáveis e, se considerarmos que uma das excelências humanas está justamente na capacidade de convívio, no cultivo de aprazíveis relações, nada mais coerente.

Parresía é o termo em grego para designar a coragem de se dizer a verdade, expor tudo, de se falar com franqueza. O filósofo francês Michel Foucault (1926-1984), em sua obra "O governo de si e dos outros", tratará desta antiqüíssima noção e seu uso político desde os primórdios da politéia (constituição) e da democracia na Grécia.

A palavra certa, proferida no momento adequado (kairós - tempo oportuno) pode revelar injustiças, impor lucidez e também ferir. Metralhadora ou flecha certeira, dispará-las pode aniquilar moralmente um (a) poderoso (a).

Estar convicto é fundamental. Se tratar-se de mero atrevimento, irresponsável, o dano pode ser irreversível, sobretudo se houver platéia. Mesmo que se tente remediar, a ardilosidade de se ofender em público e se retratar em particular é expediente inaceitável.

A parresía é uma virtude e seu emprego pode se dar tanto na esfera pública quanto na privada. Algumas características lhe são peculiares: uma delas é a de que o destemido que confrontar o poder com a verdade esteja em condição subalterna a seu interlocutor. Não há parresía quando um pai repreende um filho, um professor contesta seu aluno ou o patrão adverte o funcionário.

Há de se ter muita intimidade e confiança para que, sem magoar, sejamos autênticos. Quando a verdade é proferida sem malícia, não se guarda rancores. É delicado sermos parrésicos na vida privada e, salvo raras exceções, até dispensável.

Embora estejamos cônscios de que evitar o confronto, abstendo-se de uma corajosa franqueza implica numa fatura onde se discrimina hipocrisia, falsidade, fingimento e mentira, sobretudo no âmbito das relações familiares e de amizade, quem teria coragem de dizer assim, na lata, que o filho é um ingrato, os progenitores do cônjuge são inconvenientes ou maledicentes? Que o cunhado é um inútil e a cunhada lhe parece dissimulada, invejosa ou que, após a plástica, sua amiga a faz lembrar Sartre?

Ser parresiasta (parrésico ou Parresiázesthai) não é ser irônico, crítico, persuadir ou desafiar proferindo ofensas e insultos gratuitos. Isso é mera opinião (dóxa), não necessariamente uma opinião verdadeira (dóxa alethés).

Mais que uma recusa à mentira, à bajulação, peculiar da parresía é haver um alto preço a ser pago. Por isso, será no âmbito da vida profissional e cívica que optar por dizer a verdade pode acarretar implicações de alcance imprevisíveis: retaliações, demissões, exílio e até mesmo a morte.

Na vida privada em desavença (império de "futrica de comadres", território de desocupadas aves de rapina), as conseqüências de dizer a verdade podem ser relativamente mensuráveis e, dependendo do caso, mesmo que desconfortável, o máximo que pode acontecer é o rompimento de relações notadamente desarmoniosas e inautênticas, algo capaz de revelar-se até benéfico à saúde psíquica.

É no dizer público que a parresía é mais parresía. Foucault afirma que "as diferentes maneiras de dizer a verdade podem aparecer como formas" e analisa quatro delas: estratégia de demonstração, de persuasão, de ensino e de discussão.

Embora possa utilizar elementos de demonstração, a parresía não é uma maneira de demonstrar: "não é a demonstração nem a estrutura racional do discurso que vão definir a parresía".

Quanto à retórica, diz ele: "a parresía como técnica, como procedimento, como maneira de dizer as coisas, pode e muitas vezes deve efetivamente utilizar os recursos da retórica (...) a parresía se define fundamentalmente, essencialmente e primeiramente como o dizer-a-verdade, enquanto a retórica é uma maneira, uma arte ou uma técnica de dispor os elementos do discurso a fim de persuadir." Sem dúvida, a retórica não se ocupa com o fato do discurso ser ou não verdadeiro e isso é essencial à parresía.

Sobre ser uma maneira de ensinar, uma pedagogia, Foucault também refuta dizendo haver: "(...) toda uma brutalidade, toda uma violência, todo um lado abrupto da parresía, totalmente diferente do que pode ser um procedimento pedagógico. O parresiasta, aquele que diz a verdade dessa forma, pois bem, ele lança a verdade na cara daquele com quem dialoga ou a quem se dirige (...)".

E complementa dizendo que "(...) quem diz a verdade lança a verdade na cara desse interlocutor de maneira tão cortante e tão definitiva, que o outro em frente não pode fazer mais que calar-se, ou sufocar de furor (...)".

Pode-se servir da parresía para emitir lições, aforismos, réplicas, opiniões, juízos etc., mas o que mais a caracteriza, onde há verdadeiramente parresía, é quando não se fica impune ao pronunciá-la.

Ele diz crer que, se quisermos analisar a parresía, não devemos nos ater ao "lado da estrutura interna do discurso, nem do lado da finalidade que o discurso verdadeiro procura atingir o interlocutor, mas do lado do locutor, ou antes, do lado do risco que o dizer-a-verdade abre para o próprio interlocutor".

Arriscado, proferir a verdade é encontrar a fúria: "é abrir para quem diz a verdade um certo espaço de risco, é abrir um perigo em que a própria existência do locutor vai estar em jogo." De fato, é se expor pelo que o Homem mais preza: liberdade. Corajosos, Parresiázesthai estão dispostos a morrer por ela.

Por Luciene Félix, Professora de Filosofia e Mitologia Grega da Escola Superior de Direito Constitucional.

segunda-feira, fevereiro 28

Saudades




Ando inquieto, pensativo, meditando, enfim… falando sozinho por aí, comigo mesmo…
Isto! Descobri: é saudade...!
Saudade de quando eu e o meu eu, não éramos mais nós…
… de quando Ele estava em nós…
… tão presente, que não aparecíamos mais!
… que não parecíamos mais com nós mesmos!
Saudades de quando não precisava me autonomear ou me auto graduar para mostrar que parecia com Ele…
Saudades de quando com grande ousadia  e inocência  falava Seu nome para as pessoas, onde quer que eu estivesse, com alegria proclamava do Seu amor...
Saudades de quando não precisava me diferenciar daqueles que… também diziam se parecer com Ele, apenas para me diferenciar deles…
Saudades de quando os outros não nos viam mais, mas viam Ele em nós…
Naquele tempo, não precisava me apresentar, os outros entendiam quem eu era…
Saudades de quando o ativismo não tinha poder sobre as minhas atitudes. Dos tempos com a porta fechada em meio às lágrimas clamando o Seu nome...
Saudades de quando os outros olhavam e diziam… você é... Isso era-lhes revelado…
Então… chorava porque fui encontrado digno de ouvir aquilo…
Alegrava-me nisto…
Não era mais eu, e sim Ele, que os outros viam em mim…
Ehh!!!... Tenho acordado com esse sentimento em meu coração: Saudades...
Ando me recuperando… com alguns vestígios de alegria.
Com poucos, porém profundos… vestígios Dele em mim!
Ao desafio a um cristianismo autêntico e mais profundo, o cristianismo não apenas em palavras, mas em ações...
Será que voltarei a ser um dia…?
Acredito que não…
Se desejasse apenas ser como antes…
Seria mediocridade.
Ele quer mais de mim e eu quero mais dEle... O caminho é estreito, porém...
Sigo em frente… caio, mas… Ele me levanta!
Caio… Novamente??? Não desisto…
Insisto… Persisto… Prossigo… Adiante… Em frente…
Com a esperança…
De um dia…
Ser digno…
Novamente…
Para ouvir…
Eh!!!
Você se parece com Ele…
Talvez, você realmente seja um…
CRISTÃO!!!

(autor, talvez conhecido por Ele…)

quarta-feira, janeiro 26

Um Daniel em meio à uma sociedade em caos



Era uma vez um jovem chamado Daniel, temente a Deus e fazia parte do povo escolhido do Senhor da linhagem de Judá. Durante muitos anos Judá foi ameaçada pelos Assírios ( povos inimigos), depois, veio a ser finalmente conquistada pelos Babilônicos sob o domínio de Nabucodonosor. Daniel era promissor de uma linhagem real e de uma família proeminente, por isso, o jovem foi levado para o exílio na Babilônia junto com outros rapazes de nobre nascimento para servir no governo do Império Babilônico como conselheiros do rei.
Daniel em todo o tempo em território inimigo cria que Deus continuava sendo o Deus da sua história, e ele tinha uma mensagem a ser passada para aquela sociedade que idolatrava outros deuses - A mensagem da soberania do Deus de Israel sobre todos os outros deuses, e foi transmitida tão claramente que um dos reis que Daniel serviu, no qual se chamava Dario, fez a seguinte declaração: " Faço um decreto pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque Ele é o Deus vivo e que permanece para sempre; o seu reino não será destruído, e o seu domínio não terá fim". Daniel vivendo em uma sociedade em caos não se corrompeu e foi leal em todo tempo a Deus, cumprindo assim seu propósito de vida em excelência, ele chegou a governar como presidente no reinado de Dario e mesmo com tantos afazeres, três vezes ao dia se retirava e se prostava para orar.
Esse jovem foi um exemplo de uma pessoa inserida em meio à uma sociedade decaída para influenciar e levar a soberania de Deus.

Era uma vez, uma sociedade em caos, essa na qual estamos vivendo, ligamos a televisão e nos assustamos com as notícias, vemos a educação, o governo, a justiça e nos frustramos.
Percebo a diferença que um Daniel faria a essa sociedade, pessoas que não se corrompam pelo dinheiro e nem pelas posições, que tenham coragem e ousadia em Deus para estabelecer seu reino nas áreas mais improváveis, que cheguem a altos cargos para influenciar a nação brasileira. Procura-se Danieis que sejam leais em meio a corrupção, em meio ao hedonismo e ao pragmatismo nessa pós-modernidade.

Era uma vez.... a minha história e a sua história que poderá ser contada assim como foi a história de Daniel, contada e ensinada por séculos é séculos.

Que Deus nos desperte para o mundo a nossa volta!

(Rebeca Pires)

sexta-feira, janeiro 21

O trabalho na dignidade humana


Quando olhamos para a história da humanidade, percebemos como o homem vêm se desenvolvendo, criando, pensando além dos seus limites e inovando. A palavra "trabalho" resume todo o esforço para esse devido crescimento. Mas em meio a tudo isso, também veio junto a ganância, a exploração e as guerras. A humanidade, ou melhor, a desumanidade das pessoas veio a tona, invertendo o valor do trabalho para um benefício próprio, onde cada um constroe seu império para morar sozinho.
Estamos no século XXI, o planeta Terra necessita hoje mais do que nunca de investimentos para sua preservação, caso ao contrário, todo o esforço do homem em "produzir" resultará em uma péssima qualidade de vida, é preciso unidade, sem ela o protocolo de Kyoto por exemplo não poderá funcionar.
A liberdade e as oportunidades de trabalho estão mais evidenciadas do que algumas décadas atrás, a famosa frase de René Descartes - " Penso, logo existo", convida a cada um de nós a pensar e a descobrir o que podemos dar de melhor através do trabalho, cada pessoa em sua função e planejando o benefício não apenas dela, mas do mundo que está em sua volta, assim caminharemos para uma melhor qualidade de vida, para novas descobertas na ciência, na medicina, mais justiça social, mais educação, empresas bem administradas, não para um mundo perfeito, mas construindo dignidade e valorização um dos outros.
O trabalho pode trazer mais dignidade ao homem e aos que estão ao seu redor, como também pode trazer indignação e destruição. A escolha de um futuro melhor está em cada um olhar para dentro de si e deixar sair o melhor que beneficie não apenas o 'EU", mas o "NÓS".
(Rebeca Pires)

segunda-feira, janeiro 10

O real significado do casamento

Assistindo a uma pregação do Paul Washer sobre "casamento X Imagem de Cristo", me vi inspirada a escrever sobre esse assunto. Talvez eu não seja a melhor pessoa para falar ainda, pelo fato de ser solteira, mas entendo que muitas coisas na vida temos o privilégio de aprendermos antes de partir para a prática e assim errar menos.

Casamento - Uma aliança eterna entre duas pessoas. O casamento é um profundo relacionamento diário, que por muita das vezes parece não ser apenas um mar de rosas. Mas qual o real propósito de Deus nessa união?

Um propósito que difere em muito do propósito Hollywoodiano que vemos nos filmes românticos, onde sempre aparece uma pessoa perfeita que irá te agradar e te conquistar, fazer tudo por você, onde também é mostrado através de sátiras que o casamento é uma instituição falida, o que importa é sempre buscarmos a felicidade de uma grande paixão, sermos realizados e atendidos em todas as nossas condições e expectativas.

No casamento muitas pessoas podem se deparar e falar: Não quero essa pessoa, me casei errado! Ela não tem características importantes para mim, essa pessoa não me atende, não me satisfaz mais, porque eu errei?

O grande propósito de Deus é de sermos imagem e semelhança de Cristo, e o propósito do casamento é Ele nos ensinar a nos tornar a cada dia mais semelhantes a seu Filho! Como? DEus é misericórdioso - Ele não nos deu o que merecíamos: o inferno. Deus é graça - Ele nos deu o que não merecíamos: Jesus, e Deus ama incondicionalmente - mesmo sem termos condição para Ele nos amar, Ele nos amou.

O erro não está na pessoa que não nos atende, mas sim na maneira egosísta de vermos e agirmos, pois percebo que Deus não instituiu o casamento apenas para sermos realizados e felizes, mas para parecermos com Cristo e nos relacionar melhor com Ele.

Imagine essa situação acima... a pessoa quer uma saída... e onde ela está?! Está em ver uma oportunidade em ser moldada segundo a semelhança de Cristo, pois mesmo a pessoa não tendo as condições que quero para amá-la somos desafiados a amar, somos desafiados a agir com aquela pessoa com graça e misericórdia e assim estamos aprendendo a ser parecidos com Ele, Pois o relacionamento entre um homem e uma mulher no casamento se assemelha ao relacionamento de Cristo conosco.

Se deparar com as diferenças e não encontrar condições para o amor - isso é amar incondicionalmente, é ter uma aliança acima de pressupostos estabelecidos, é olhar para as circunstâncias e deixar Deus nos moldar. Aprendo que sou então levada ao casamento para aprender a amar uma pessoa que muitas vezes não irá reunir "minhas condições". A agir de forma que pensando eu ela não merecia, mas pensando Cristo em mim eu me entrego e renuncio. Aprendo então que somos levados ao casamento com um propósito: aprender a amar a Cristo sem condições, aprender a relacionar, aprender o valor de uma aliança, aprender a ser como Ele é, até o dia em que realmente nos casaremos com Ele de fato!

Por isso percebo que hoje o casamento tem sido encarado como uma instituição falida para muitas pessoas, pois está fora do própósito que foi estabelecido! Não há disponibilidade para um amor incondicional e nem em um relacionamento com Deus, então, apenas o prazer da carne toma o lugar e o casamento se torna sem significado.

Indico para que confiram todo esse estudo que tenho certeza irá identifcar muito sua vida!

http://www.youtube.com/watch?v=A66rF2AvLCc&feature=related

sexta-feira, janeiro 7

De imagem em imagem


Quando olho para o ser humano me pergunto: quem ele é? E logo eu já respondo: Imagem e semelhança do grande criador que é Deus, então isso significa que o homem é semelhante do próprio Deus? Por que suas atitudes não são coerentes a essa semelhança?

A resposta está em uma palavra: Escolha! Desde o início lá no jardim do Éden o próprio Deus concedeu isso ao homem, simplesmente para que o homem escolhesse amá-lo. O ser humano veio de Deus, ele só pode se descobrir descobrindo a essência de onde veio, ou seja, descobrindo o seu criador, quando ele o descobre essa essência começa a ficar viva em seu interior, mas só temos essa essência a partir do momento em que escolhermos, caso contrário, teremos uma essência, uma identidade deturpada, pois nunca a encontraremos por nós mesmos, pois não somos autossuficientes, não viemos da matéria inanimada, viemos de Deus, logo, Ele é a raiz da nossa existência.

Quando olho para quem sou e me deparo com quem Deus é, só posso clamar para ser transformada a sua semelhança dia a dia, assim como 2Co 3.18...” refletindo como espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória”, ou seja, cada vez mais perto de Deus eu contemplo sua imagem e essa imagem vai tomando forma dentro de mim e com isso vou ficando parecida com Ele, mas quanto menos eu contemplar, menos serei parecida com meu criador, e a tendência é o meu coração se corromper, amar menos, ter menos compaixão, viver uma religiosidade, mediocridade, enfim, a minha natureza antiga clama para que eu volte para ela, e se eu não estiver enxertada na videira que é Cristo todos os dias, serei apenas um tronco seco caído no chão e que servirá apenas para fazer uma fogueira.

Olhando para o mundo em minha volta, a única esperança que vejo é o próprio Cristo andando sobre alguns lugares, ensinando, confrontando, manifestando o Reino onde for, proclamando justiça, amor, levando paz e salvação. Tudo isso pode acontecer, se nós formos como Ele é, se escolhermos ser transformados de imagem e imagem, desta forma, seremos Cristo para as pessoas, pois quando elas olharem para nós verá refletida a Sua imagem.

Deus é amor, Ele é bom, Justo, sábio, criativo e Ele já nos fez com todas essas semelhanças e mesmo o pecado entrando em nossos corações Ele enviou Cristo para reconciliar essa semelhança novamente!!! Quando erramos, magoamos, quando alguém rouba ou faz qualquer outra coisa que não condiz com um bom comportamento podemos ouvir essa frase: “O homem é humano por isso ele pode errar” eu digo que Deus nos fez humanos mas nossas escolhas erradas nos fizeram desumanos, então errar não é humano e sim desumano pois em Deus podemos aprender o que significa sermos mais humanos, Ele fez seres humanos e nós fizemos a escolha pelo desumano. E será que é possível viver essa essência que Ele sonhou para nós? Sim, é possível, a mensagem da cruz nos comprova isso.

Que venhamos nos esforçar para uma vida onde Cristo possa viver em nós e caminharmos para uma vida de transformação todos os dias!

Parte de uma música que tem nos edificado neste sentido:

“Quando encontro contigo, encontro comigo mesmo; Não posso mais fugir de Ti por fugir de mim”. Anderson Bonfim

(Rebeca Pires)